terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CRIANÇAS DOENTES

Acalentas nos braços o filhinho robusto que o lar te trouxe e, com razão, te orgulhas dessa pérola viva. Os dedos lembram flores desabrochando, os olhos trazem fulgurações dos astros, os cabelos recordam estrias de luz e a boca assemelha-se à concha nacarado, em que os teus beijos de ternura desfalecem de amor.
Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro celeste, mas estende compassivas mãos aos pequeninos enfermos que chegam à Terra, como lírios apedrejados pelo granizo do sofrimento.
Para muitos deles, o dia claro inda vem muito longe...
São aves cegas que não conhecem o próprio ninho, pássaros mutilados, esmolando socorro em recantos sombrios da floresta do mundo!... As vezes, parecem anjos pregados na cruz dos ossos paralíticos ou mostram no olhar a profunda tristeza da mente anuviada de densas trevas.
Há quem diga que devem ser exterminados para que os homens não se inquietem, contudo, Deus, que é a Bondade Perfeita, no-los confia hoje,para que a vida, amanhã, se levante mais bela.
Diante, pois do teu filhinho, quinhoado de reconforto, pensa neles!... São nossos outros filhos do coração, que volvem das existências passadas, mendigando entendimento e carinho, a fim de que se desfaçam dos débitos contraídos consigo mesmo...
Entretanto, não lhes aguardes rotativas de compaixão, perceberás que, por agora, sabem tão somente padecer e chorar.
Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...
E, cada vez que lhes ofertes a hora de assistência ou a migalha de serviço, o leito agasalhante ou a lata de leite, a peça de roupa ou a carícia do talco, perceberás que o júbilo do Bem Eterno te envolve a alma no perfume da gratidão e na melodia da bênção.

Meimei

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