domingo, 26 de julho de 2009

DOI NO CORAÇÃO

Lá na minha palhoça
Pertinho da minha roça,
A chuva já vai chegar.
Deixei a casa que tinha,
Cheguei aqui adivinha?
Não tenho como voltar.

No quintal não tem galinha,
Só uma cachorrinha,
Que tá igualzinho eu.
Tá velha, magra e com fome,
Nós num sabe nem o nome,
De tanto que nós sofreu.



Na casinha que eu morava,
Lá visita num sentava,
Os móveis era uma rede.
Onde de noite eu dormia,
Sentava durante o dia,
Só agua pra mata sede.

Mas, resposto de momento,
Que já fiz um juramento,
Pra minha terra voltar.
Sou como burro que emperra,
E o meu roçado na serra,
Quero voltar a plantar.

Eu já andei escutando,
Que a chuva este ano,
Vai chegar no meu sertão.
Eu peço a Nossa Senhora,
Pra eu poder ir embora,
Pro meu pedaço de chão.

Seu moço eu digo agora,
Vivendo Brasil a fora,
O rico não é irmão.
Aqui só se faz amigo,
Se traz dinheiro consigo,
Isso dói no coração.

memb.
15 de Maio de 99

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