segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SÚPLICA À MÃE SANTÍSSIMA

Anjo dos bons e Mãe dos pecadores
Enquanto ruge o mal, Senhora, enquanto
Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há trevas e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve a Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ô Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos,ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa...

Bittencourt Sampaio

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CRIANÇAS DOENTES

Acalentas nos braços o filhinho robusto que o lar te trouxe e, com razão, te orgulhas dessa pérola viva. Os dedos lembram flores desabrochando, os olhos trazem fulgurações dos astros, os cabelos recordam estrias de luz e a boca assemelha-se à concha nacarado, em que os teus beijos de ternura desfalecem de amor.
Guarda-o, de encontro ao peito, por tesouro celeste, mas estende compassivas mãos aos pequeninos enfermos que chegam à Terra, como lírios apedrejados pelo granizo do sofrimento.
Para muitos deles, o dia claro inda vem muito longe...
São aves cegas que não conhecem o próprio ninho, pássaros mutilados, esmolando socorro em recantos sombrios da floresta do mundo!... As vezes, parecem anjos pregados na cruz dos ossos paralíticos ou mostram no olhar a profunda tristeza da mente anuviada de densas trevas.
Há quem diga que devem ser exterminados para que os homens não se inquietem, contudo, Deus, que é a Bondade Perfeita, no-los confia hoje,para que a vida, amanhã, se levante mais bela.
Diante, pois do teu filhinho, quinhoado de reconforto, pensa neles!... São nossos outros filhos do coração, que volvem das existências passadas, mendigando entendimento e carinho, a fim de que se desfaçam dos débitos contraídos consigo mesmo...
Entretanto, não lhes aguardes rotativas de compaixão, perceberás que, por agora, sabem tão somente padecer e chorar.
Enternece-te e auxilia-os, quanto possas!...
E, cada vez que lhes ofertes a hora de assistência ou a migalha de serviço, o leito agasalhante ou a lata de leite, a peça de roupa ou a carícia do talco, perceberás que o júbilo do Bem Eterno te envolve a alma no perfume da gratidão e na melodia da bênção.

Meimei

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SÃO BENTO QUERIDO

Eu sou a pessoa mais apaixonada por minha terra Natal ( São Bento no Maranhão )
Quando eu ia todo Ano passar as férias lá em São Luís, se eu não fosse até São Bento é como se não tivesse ido ao Maranhão,Minha família se mudou para São Luís, ficou só uma irmã lá em São Bento,e alguns tios e tias,primos,e primas.
Morro de saudades de comer jaçanã,pato ao molho pardo, peixe do rio, camarão seco,farinha d'água,vinagreira, maxixe,Jãogomes, piabas, bagrinho,acará,mussum,feijão no leite de coco babaçu,muito bom!
Não existe no mundo, lugar melhor que o meu São Bento,tenho fé em Deus que não desencarno antes de ir lá novamente.


memb

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SAUDADES

Nós humanos, nos acostumamos muito rápido com qualquer situação, as vezes pensamos que não vamos conseguir viver sem aquilo,ou sem essa pessoa, mas o tempo passa, e tudo passa junto.
Restando apenas a saudade,essa não tem cura,ou se aprende a conviver com ela ou,vivemos por ela.
Lembro quando criança, mãe me disse: quando perdi meus pais, fiquei muito triste,hoje já não fico triste, só a saudade que bate de vez em quando, então nessa mesma hora eu pensei comigo,meu Deus minha mãe nem ligava para os pais dela, se acontecesse comigo eu morreria junto com eles.
Leigo engano,perdi meu e fiquei desesperada, mas superei,depois minha mãe, o ser que eu mais amava no mundo, já fazem muitos anos, mas não consigo deixar que a saudade abandone o meu coração, é mas forte do que eu,mas como disse no início,eu não morri,sinto muitas saudades dela e choro muito também mas estou aqui vivinha da silva, as vezes bate uma saudade de enlouquecer qualquer ser humano, mas passa, tudo passa, e a gente vai levando no bico como cegonha.

memb

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ORAÇÃO DA CRIANÇA

Amigo.
Ajuda-me agora, para que eu te auxilie depois.
Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância e à crueldade.
Venho ao encontro de tua aspiração, de teu convívio, de tua obra.
Em tua companhia estou na condição da argila nas mãos do oleiro.
Hoje, sou sementeira, fragilidade, promessa...
Amanhã, porém, serei tua própria aspiração.
Corrige-me, com amor, quando a sombra do erro envolver-me, o caminho, para que a confiança não me abandone.
Protege-me contra o mal.
Ensina-me a descobrir o bem.
Não me afaste de Deus e ajuda-me a conservar o amor e o respeito que devo às pessoas, aos animais e às coisas que nos cercam.
Não me negues tua boa vontade, teu carinho e tua paciência.
Tenho tantas necessidade do teu coração, quanto a plantinha tenra precisa da água para prosperar e viver.
Dá-me tua bondade e dar-te-ei cooperação.
De ti depende que eu seja pior ou melhor amanhã.

EMMANUEL

terça-feira, 24 de novembro de 2009

CANÇÃO DO NORTE

Eu venho do Sul e do Norte
Do leste do Oeste,de todo lugar,
Estradas da vida percorro,
Levando socorro a quem precisar.
Assunto de Paz é meu forte,
Eu cruzo montanhas,
Eu vou aprender.
O mundo não me satisfaz,
O que eu quero é a Paz,
O que eu quero é viver.

NO PEITO EU LEVO UMA CRUZ
NO MEU CORAÇÃO O QUE DISSE JESUS.

Eu sei que não tenho a idade,
Da maturidade,de quem já viveu,
Mas sei que já tenho a idade
De ver a verdade,
O que quero é ser eu.
Um mundo sofrido e cansado,
De um negro passado,
De guerras sem fim.
tem medo da bomba que fez,
Na fé que desfez,
Mas aponta pra mim.

NO PEITO EU LEVO UMA CRUZ
NO MEU CORAÇÃO O QUE DISSE JESUS

Eu venho trazer meu recado,
Não tenho passado,mas sei entender,
Um Jovem foi crucificado
Por ter ensinado a gente a viver.
Eu grito ao mundo descrente,
Que eu quero ser gente,
Que eu creio na cruz,
Eu creio na força do jovem,
Que segue o caminho ,
De Cristo Jesus.

xxxxxxxxxxxxxxxx

Este era o Hino que minha mãe mais gostava
depois eu conto, mais.

memb

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

CONTINUO LEMBRANDO ( MÃE )

A minha primeira árvore de Natal,foi minha mãe quem fez; muito linda,e mais lembro como foi feita:
Ela foi no mato,cortou um galho de árvore, retirou as folhas,e levou para casa.
Chegando em casa, ela fez uma papa de farinha de mesa,essa era a nossa cola,então, minha mãe passou essa papa em toda extensão desse galho, depois enrolou algodão em toda ela,para que parecesse neve.
Atrás lá de casa, tinha uma árvore que nós chamávamos de beringela brava,era um pé de espinheiro que dava umas frutas que não se comia,mamãe pegou algumas,elas eram bem redondas e todas da mesma cor,minha mãe tinha vários pedaços de papel crepom,cada um de uma cor, então ela molhava e pintava cada bola,e ficava linda,pois essas frutinhas tinham uma pelugem era fácil ficar coloridas. Mamãe amarrava os cabinhos, e pendurava na árvore, nossa, Ficava muito linda!
E assim ela fazia todo ano.

memb

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

VERGONHOSO

Será que ninguém vê o que está acontecendo dentro de campo no futebol?
A violência, não é só dos jogadores, o que aliás, começa geralmente pelo árbitro,quando ele finge que não viu o carrinho, o chute no adversário, o empurrão, o xingamento, os palavrões,os tapas, e principalmente quando ele na cara de pau puxa a brasa para um só time.
É imperdoável,bem, mas será que não é só quem está em casa como eu, que vê esses abusos? - ou será que o que se vê em casa pela televisão é defeito de ótica? - ou efeitos especiais do canal que está passando o jogo?
Todos nós torcedores gostaríamos que fosse só isso, mas sabemos que não é, infelizmente .

memb.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NÃO GOSTO

Não gosto de Festas de:Natal, Ano Novo,Carnaval,nem feriados prolongados,sabe por que?- são trágicos,as pessoas só pensam em beber muito, comer tudo que estiver na mesa,o que seria uma comemoração se transforma em acontecimento geralmente policial.
O Carnaval,todos pensam que é o último,e só fazem baderna,
Feriados, a estatísticas das estradas em acidentes com mortes,é muito triste.


memb.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CALOR NEM PENSAR

Não gosto de calor,de sol,de verão nem pensar,eu gosto de chuva,de frio e de inverno.
Não sei vocês, mas eu sou assim, no frio estamos sempre elegantes,cheirosas, lindas para qualquer eventualidade.
Agora no calor do verão, pra mim é a treva,eu posso está na maior depre,se alguém diz que vai chover ou está chovendo, meu humor muda no mesmo instante para melhor,fico muito alegre,cheia de felicidades,é demais.
No calor nós ficamos suados,e o suor por menor que seja não cheira bem, agente toma banho e sai do chuveiro já suando .
Sei que muita gente, não vai gostar do que vou falar, eu rezo para chover sempre que vejo o sol quente.
Na chuva só não gosto da ventania, que é muito triste olhar as coisas voando.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ÁGUA É VIDA!

Você sabe qual é a única coisa no mundo que ainda não encontraram substituto?
Eu te respondo; ÁGUA.
Quando falta a luz elétrica,podemos usar a lamparina de querosene,a vela,o lampião, a lanterna e outras coizitas mais.
Quando falta o gás podemos usar o fogão de lenha,o fogareiro de carvão, o micro ondas,se tem mais alguma coisa , eu esqueci.
Se alguém perde a casa, monta-se uma barraca
O carro quebrou,nossa tem tantos outros meios de transporte,
E assim, é tudo que pensar você logo encontra algo para substituir.
Agora tem um detalhe; nós só sentimos a falta de alguma coisa, quando ela está faltando,é tão lógico, mas pensa você abre a torneira ela está lá para lavar suas mãos,
Liga a televisão, a energia está lá para você assistir a um filme.
Liga o fogão, o gás está pronto para cozinhar sua comida.
Se eu fosse falar de tudo a tela do computador não caberia, então antes de desperdiçar; o gás, a energia, e principalmente nossa vida, que é a água pense no futuro, que seus netos talvez nem venham a conhecer o que é água.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VERGONHA

Quando abro o jornal de manhã,tem página que eu nem leio mais,porque parece que quanto mais se fala da sujeira do pau de galinheiro de Brasília (sujeira)todo mundo sabe,todo mundo vê,mas ninguém faz nada para que melhore essa senvergonhice,será que só eu é que não aguento mais?
Toda vez que um escândalo é publicado pela imprensa, eu tenho vergonha de ser brasileira,não que em outros países também não tenha,essas cachorradas,claro que tem, mas aqui é demais pois ninguém faz o que deveria fazer,quem está lá em cima.
Eu já escrevi sobre o que vou falar agora,se diminuírem o salário dos marajás de gravatas, duvido que ia ter mais alguém que quisesse ser político neste país.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CASAMENTO

O amor, nem sempre é tão brilhante como nos nossos sonhos,as vezes ele é obscuro e nós não enxergamos,sabe por que? Geralmente só nós amamos,pelos dois.
Casar é uma associação com alguém, ou com alguma coisa; é aprender a experimentar a vida do outro.
Quem casa com interesse material,logo conhece o tédio o desânimo de quem escolheu um caminho mais curto, achando que só ia se dá bem.
Quem casa,por encantos corporais,rapidamente acha o difícil caminho da desilusão e da amargura.
Só o amor mutuo, ilumina o edifício do casamento,onde há união e carinho construído pelos anos de convivência de um com o outro.
Jesus é o nosso sol da verdade,ele sim amou sem barreiras!


memb

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

TRAGÉDIA MAIOR

Todos os dias,nos deparamos com grandes tragédias,estampadas nas páginas de jornais revistas,noticiário de televisão e rádio que agitam o dia a dia da população Brasileira.
Homicídios,furtos,conflitos entre polícia e os fora da lei
Isso tudo criam a guerra de nervos,em todo lugar,não podemos sair de casa,se saímos não sabemos se vamos voltar.
Todavia,um crime existe mais doloroso,pela sua crueldade com que é praticado,no silencio de um lar,ou mesmo em algumas clínicas...
É um crime estarrecedor,pois a vítima não tem voz para suplicar piedade,estou me referindo ao aborto delituoso,onde os determinam a morte dos próprios filhos.
Pai,mãe, não se dêem ao satânico propósito de mandar assassinar os rebentos que Deus nosso Pai os colocou em seu ventre,para que mais tarde,você pudesse carregar em seus braços,um ser frágil,e sem reação nenhuma para pedir socorro.
Quando nosso Pai,nos escolhe para sermos pais,ele tem muitas coisas lindas para serem reveladas através desses pequeninos seres,então tenha conciêcia que um dia você terá que prestar contas com O Todo Poderoso,Nosso Pai.

memb

BRINCADEIRA DE CRIANÇA

Eu tenho tantas histórias para contar, que as vezes me perco pensando qual delas eu conto,mas hoje vou contar uma bem engraçada.
Um certo dia,eu era ainda uma menina,minha mãe saiu foi fazer compras em São Bento,meu pai estava pescando,só quem estava em casa era eu minha meia irmã Isidora,não lembro quem mais estava,bem eu tinha um lindo e longo cabelo e bem clarinho,Isidora resolveu cortar,eu como criança achei o máximo,e deixei ela cortar,ela me disse que ia cortar só as pontas, como era novidade eu aceitei.
Ela começou a cortar,e depois de certo tempo não tinha mais como parar,pois o cabelo estava todo ruído,torto, e muito feio; ai minha irmã caiu na real,e começou a ficar desesperada,sem saber o que fazer,pois sabia que papai ia matar ela.
Ai ela foi na casa de vovó Marcolina e mandaram ela ir até a barbearia de Domingos aleijado, que lá ele ia ajeitar o cabelo.
Ela me levou e falou com Domingos que papai tinha pedido para ele cortar zerado,ele passou a tesoura,fiquei igual um menino, muito feia,horrorosa mesmo.
Chegamos em casa, e meu pai viu,quase morre de desgosto falou muito não lembro se ele bateu na gente, mais que ele ficou possesso,isso ele ficou.
Eu fiquei muito tempo sem sair de casa,pois todo mundo tinha vergonha de sair comigo,lembro que os meus amigos me chamava de surulina tocó,ai os outros respondiam; quem te tosou não teve dó.

sábado, 31 de outubro de 2009

DIA DE BATIZADO

Lá no Alegre,quando tinha batizado,era uma festa,tinha bolo com chocolate de castanha de caju,pato no molho pardo,leitão assado,isso se o pai do batizando fosse bom de grana,se não fosse, era só um café com bolo de tapioca.
Mamãe sabia fazer umas balas de hortelã,que a gente chamava de pastilha,era delícia,quando as pessoas vinham pedir para mamãe fazer as pastilhas eu ficava toda feliz,pois sempre sobrava umas pra gente.
O interessante,é que minha mãe cortava o papel das balas, com tesoura e era papel crepom, de várias cores, quando ela ia cortando o papel,já ia fazendo um desenhos lindos com o corte, era demais.
Lembro do batizado de uma irmã,acho que foi da Rosa Maria,tinha tanta gente que a casa não cabia,mamãe tinha feito muito bolo de tapioca,foi pro café da manhã e o almoço era,pato ao molho pardo,torta de camarão,arroz,farinha d'água,essa torta, eu nunca consegui fazer igual a da minha mãe,eu sei que é só ovo, e camarão seco, com bastante tempero, é uma delícia!
No batizado do meu irmão Nilsom, foi lá em São Bento na Igreja da Matriz, a madrinha foi Isidora minha meia irmã, e o padrinho foi Humberto, que chamamos de Caribú,foi muito engraçado,a turma da brincadeira, dizia que ele não tomava banho,e no dia do batizado ia ser de Noite, então a gente tinha que sair de tarde pois era longe e agente ia andando, eu sei, que quando Isidora passou na casa dele , ele ainda estava se banhando, ai alguém foi lá no poço chamar ele senão ia atrasar tudo.
Depois conto mais.

memm

terça-feira, 27 de outubro de 2009

VOLTANDO AO PASSADO

Nunca me esqueço de toda minha infância, da minha adolecencia,foram anos inesqueciveis,olha, Domingo tinha a missa bem cedo,nesse dia não se trabalhava,quer dizer, só quem não queria, o meu pai sempre pescava na noite de Sábado,mas Domingo era raro ele ir na missa, mamãe pedia implorava.
- Ela dizia; Raimundo vá a missa, te confessa tu tá cheio de pecado ao invés de tu ir a missa tu fica é jogando conversa fora na barraca de Joãozinho,toma vergonha na cara e vai na casa de Deus: Ele dizia; Rosa tu acha que eu vou contar meus pecados pro um homem igual a mim? se fosse pecado pescar no Domingo, eu não pegava nenhum peixe,e tem mais eu prefiro me confessar praquela mangueira que é a mesma coisa do do Padre, Deus está me escutando do mesmo jeito.
Mamãe fica muito brava,eu sei que ele dizia isso só para mexer com ela,as vezes ele ia na missa,lembro que ele viu não sei aonde uma imagem de São José do Ribamar ele dizia pra minha mãe, Rosa não parece com Zé Pinal? era um vizinho baixinho que morava perto da gente,mamãe chorava de raiva ele ria de se acabar.
Cada Domingo, a missa era em uma comunidade,o dia que era no São Roque,a gente ou saia cedo, ou esperava o Padre e pegava uma carona no jipe dele, só ia jovens, nós cantávamos e era tão legal,era um pouco longe essa comunidade,na volta pegávamos outra carona com o Padre.
Segunda Feira,era dia de ir para a escola,cedo se tomava banho no poço, e vinha colocar a farda (uniforme )e tomar café quando tinha,ou então tomava chá de capim limão,ou erva cidreira, ou até mesmo de hortelã.
A nossa merenda (lanche )era o que tinha no momento, não tenho vergonha de falar,era milho verde assado,ou manga verde com sal,ou tamarindo verde com sal,banana,ou goiaba,ou ingá, isso quando era época.
Sabe onde a gente carregava os livros e cadernos? em saco de japonesa, era assim que chamávamos sandália havaianas, e era um luxo ter um saco plástico para levar os livros,na minha casa não tinha ferro de engomar (ferro de passar roupa )então a gente pedia o da vizinha, que era a carvão claro,pois lá não tinha energia, ou então se esquentava uma colher e passava o uniforme,demorava mais ficava bom.
Outro dia conto mais.

memb

NOS CAMPOS DA MINHA INFÂNCIA!

Quando menina,não tinha medo de quase nada,saia para brincar no mato,sozinha e tomava banho no campo, e não tinha medo das piranhas.
Pesquei muito camarão com sacuri, é um artefato feito de tarrafa e um arco de arame ou madeira,também pesquei muitas vezes o jeju, o acará, traíra,piaba,camorim,bagrinho,cascudo,e até mussum,nem todas as vezes estava sozinha,geralmente com uma pessoa mais velha.
Dia de Domingo, depois da missa, se mamãe deixasse,eu e minhas primas e amigas íamos tomar banho no campo,isso só era possível se fosse no inverno.
Tinha uma amiga, Creusa filha de Maria Costa, que quase sempre estava, em nossa casa, assim que papai dormia depois do almoço,ela levava eu, e mais quantos a canoa de´papai coubesse, e assim a gente ia tirar ovos de Jaçanã,se no ninho tinha três, a gente só tirava um, e assim a gente garantia o jantar,mas não era só do jaçanã, tinha pato de mato socó,carão,japeçoca,e outros mais.
Toda vez que chovia, nós tomávamos banho na chuva, era uma delicia, e quase sempre a gente acabava indo tomar banho no campo,a minha infância, foi maravilhosa, se dependesse só de mim, eu nunca tinha ficado adulta,nem tão pouco tinha saído lá do meu Alegre,lembro alguns dias depois das primeiras chuvas do inverno,minha casa ficava de frente para campos alagados, então depois das chuvas eu ficava olhando para o campo já todo verdinho,cheio de pássaros e muitos peixinhos, que ainda iam crescer,lembro que pra mim não existia lugar com vista tão maravilhosa, como essa que eu via da porta da minha casa.
Choro, de saudades,de como a vida das pessoas se modificam,se vai crescendo e abandonando tudo que fez parte de nossa infância, começando pelos nossos Pais!
Vou parar por aqui, pois não estou mais conseguindo escrever,pois meus olhos estão embassados de lágrimas.

memb

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

COMO É GRANDE MEU AMOR POR VOCÊ

Eu só conheci, duas pessoas tão apaixonadas por sua mãe, como eu.
O Clodovil e o Agnaldo Timóteo,assim como eu os dois também tinham uma paixão imensa por suas mãe, olha ainda tem filho, que não dá o mínimo valor para sua mãe,ela que passou nove meses esperando por seu nascimento,e passou os piores momento da vida, no início da gravidez; injôs,desmaios,tudo que come é devolvido,nada pára no estômago,quando passa a primeira fase,vem a segunda,chute para todo lado,mexe sem parar,(Graças a Deus,) ai vem a última fase que é aquela que não se consegue dormir,pois não se tem posição, para deitar, pelo menos comigo foi assim,eu não conseguia nem sentar, pois o meu bebe não deixava, parecia que eu ia ficar sem respiração, eu sei que nem toda gravidez é igual.
Ai o filho nasci,é a maior alegria da vida, é mais felicidade do o dia do casamento, e olha, que quando eu casei pensei,hoje é o dia mais feliz da minha vida, não era, era o segundo,então não se tem mais vida própria,passamos a viver em função do filho,noites acordados,eu sempre fiz questão de fazer tudo para os meus filhos,até o banho eu que dava, as mamadeiras eu que fazia,até aquelas da noite eu acordava para fazer, as minhas amigas diziam para mim, faz todas as mamadeiras e coloca no isopor,quando ela acorda é só ir lá e dá, eu não achava certo,então acordava e fazia fresquinha na hora, e nunca me arrependi.
Quando ganhei o segundo filho, larguei emprego e tudo mais para cuidar pessoalmente dos meus filhos, hoje são os meus orgulhos.
Já eu como filha,nunca tive durante toda minha vida,palavras de agradecimento para poder dizer a minha mãe o quanto eu era agradecida por ela ser a minha mãe,por mais que eu agradecesse, nunca era o suficiente.
Todas as vezes que eu penso nessa mulher maravilhosa, íntegra,sábia,tão maravilhosa como mãe, como esposa,como amiga,minha mãe foi e sempre será o meu grande e verdadeiro tesouro.
Um verdadeiro Anjo de Deus.


memb

Minha primeira comunhão

Nossa, como tudo era diferente de hoje!
Eu comecei a fazer o Catecismo com oito anos de idade, estudei, até os nove, fui até os onze, quando cheguei nos doze, ai sim fiz a minha primeira comunhão!
Tenho um grande orgulho desse dia,eu nem podia imaginar que já tinha chegado o meu dia de ficar frente a frente com o Padre Lourenço,acho que era esse o nome dele,mamãe acordou todo mundo cedo para irmos na missa, era minha primeira comunhão eu fui no poço tomei banho, vim pra casa me vesti para ir na missa,o costume era quem fosse fazer a comunhão, está vestida de branco, e com uma mantilha branca cobrindo a cabeça,como meu pai não tinha condições financeira para me preparar toda de branco, eu fui com a minha farda da escola (uniforme escolar ) com um sapato preto de borracha todo furadinho,era lindo, eu não tinha vergonha de nada, estava era muito feliz, vovó Bita me emprestou a mantilha dela, ai eu fiquei mais linda.
Fomos todos para a igreja, lá nos confessamos, assistimos a missa, e até que em fim, minha comunhão, eu estava em jejum absoluto, e não se podia mastigar a Hóstia Santa, pois é o Corpo de Jesus! - Foi tudo mágico, fomos pra casa e mamãe fez um bolo de tapioca, delicioso, com chocolate de castanha de caju, muito bom!
Aliás, mamãe era uma Santa na cozinha, pena que não tínhamos muita condição para certos pratos que ela sabia fazer.
Mesmo depois de ter feito a primeira comunhão,eu continuei a fazer o catecismo, pois o meu sonho era ser freira, depois desistir, queria ser malabarista, depois, bailarina, e por último, médica, acabou que não fui nem uma coisa, nem outra, fiz o curso de contabilidade bancaria, e nunca trabalhei no ramo.
Bem,como estava dizendo, hoje é tudo, ou quase tudo diferente da época que eu era menina, hoje se comunga, até de noite,não precisa está em jejum,e muitas coisas que continuo não entendendo.

memb.

domingo, 25 de outubro de 2009

AINDA LEMBRO

Mãe,embora esteja muito longe,eu jamais vou esquecer os poucos anos que passei junto de ti,na nossa pequena existência aqui neste planeta chamado terra
Na minha infância, lembro das histórias que contava para que eu pudesse dormir,não só eu mas, todos os meus irmãos também,a senhora cantava, e embalava a gente em uma rede,quando não podia fazer isso, pedia para que uma das filhas mais velha colocasse os menores para dormir.
Lembro que no mês de Dezembro,bem em frente de nossa casa tinha uma planta que justamente nesse mês ela dava as flores lindas e cheirosa, e nós a chamávamos de Cama de Menino Deus, tinha também uma árvore, que seu nome era chichanzeira e botava umas cachopas com umas frutinhas deliciosas,chamada chichâ,no início do mesmo mês,quando dava as primeiras chuvas, e começava a nascer as gramas tão verdinhas,a gente já sabia que estava na época de fazer o presépio.
Lembro que um certo Natal, não tinhámos o que fazer para a ceia, e papai pegou o material de trabalho dele,que era composto de: uma tarrafa, um caniço, uma vara,uma faquinha e é claro a canoa e o côfo, e saiu para vê se conseguia achar algum peixe para nossa ceia, umas duas horas mais tarde ele voltou muito feliz, porque a chuva que tinha acabado de cair, tinha liberado muitos peixes de tanques de quem não precisava, e foram todos para o lugar onde ele estava pescando.
Nós ficamos felizes da vida, então meu pai chamou nosso primo que estava morando conosco, ele e a mulher,para ir pegar mais peixe, e foram os dois, e trouxeram mais peixes, meu pai e Zé Cozeu meu primo, fora na quitanda do Joãozinho e venderam muitos peixes,e compraram,arroz,farinha,açúcar, pó de café, querosene, fósforo, sabão,assim tivemos nossa ceia de Natal, aliás não se dizia ceia e sim,meia noite.

memb

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O CANTOR E A CANÇÃO

O luar de Nisan bordava a paisagem com pingentes de prata e uma aragem fresca varria a noite silenciosa.
Emudecera Jesus a celeste canção, Sua oração sacerdotal.
Demoravam-se no quadrado da sala as modulações musicais da Sua voz.
A hora chegara. A hora para a qual viera.
Há pouco cingira-se com uma toalha e exemplificara a culminante lição da humanidade, lavando os pés dos discípulos.
O Filho do Homem fazia-se o menor de todos para ensinar mais uma vez a grandeza sublime do amor - a razão da Sua vinda ao seio dos homens!
As emoções estalavam lágrimas nos olhos dos companheiros,lágrimas que não se atreviam a correr. Todos estavam com o espírito e o coração túmidos de expectativas, angustiantes expectativas.Aquela fora uma ceia de despedida...
Viveram quase três anos com Ele e todavia não O conheceram devidamente. Mais se agigantara naqueles últimos dias, especialmente a partir do momento em que, montado no jumento, Ele varara a Porta Dourada, entrando na cidade. As homenagens com que O receberam muitos que ali se aglutinaram pareciam entristece-Lo...
Agora a Sua canção se erguia e morria nas lembranças de todos, a inolvidável oração sacerdotal que Ele proferira após a ceia pascal, a derradeira daquele ciclo.
Despedira-se dos companheiros há poucos minutos e logo depois falara ao Pai em sublime solilóquio, não obstante a presença deles:
" Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti. Assim como lhe deste poder sobre toda a Humanidade, a fim de que ele conceda vida eterna a todos aqueles que Tu lhe tens dado... A vida eterna, porém, é esta: que conhece a Ti... Único, verdadeiro Deus e a Jesus Cristo aquele que enviaste. Eu te glorificarei na terra. cumprindo a obra que me tens dado para fazer. Agora glorifica-me Tu, pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo."


do livro : Luz do Mundo
Divaldo Pereira Franco

domingo, 18 de outubro de 2009

LUZES DO AMOR

Embora a vida
Na triste partida,
Foi só despedida,
No meu coração.
Se desço ladeira,
Não é brincadeira,
Lágrima derradeira,
De pura emoção.

Guardo sentimento
É grande o momento,
Mas esse tormento,
Já já vai passar.
A chuva na estrada,
Empurra boiada,
Se cai chuvarada,
Eu posso chorar.

Na noite encanto
No dia encanto,
Soluço no pranto,
Nas luzes do amor.
Se tem choradeira,
Tudo isso é besteira,
Não é brincadeira,
Não tenho temor.

memb
09/10/2000

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PESCADOR DE HOMENS

Aquele fim de Maio estava ardente,fenómeno comum naquela quadra do ano.Logo o Astro-Rei fazia incidir diretamente o seu facho de luz,calor asfixiante atormentava, desafiador.
Ao longe, as encostas do Galaad,com revérberos de cobre luzido vencendo as brumas secas, são muralhas naturais e altaneiras na paisagem fronteiriça ao lago.
Àquela hora,porém,soprava uma brisa amena, diluindo as névoas da madrugada, enquanto albatrozes e pelicanos se demoram sobre as pedras negras que se adentram pelas águas piscosaa com reflexos de prata.
Nos dias anteriores aquela voz ecoara pelas regiões ribeirinhas como um canto de esperança, em cuja melodia as concessões do amor divino eram ouvidos dos homens sofredores.
Todos. portanto, necessitados e curiosos, desejavam vê-lo de perto e receberam o benefício que Suas mãos esparziam em abundância.
A Natureza estava calma e as ansiedades vibravam nos corações.

A noite fora longa e infrutífera.
Eles estiveram por todas as horas a atirar as redes e recolhê-las vazias.As águas generosas também tinham seus caprichos. Aquela era uma noite de cansaço e desaire.
Sem luar os barcos encalhavam nos bancos de areia e todo o esforço daqueles homens ofegantes redundara improfícuo.
Retornavam aos penates do dia, corpos moídos, alhos ardendo, modorrentos e mal humorados...
O magote humano na praia parecia um borrão colorido e móvel, contrastando com as areias alvas.
Duas barcas foram deixadas vazias e as redes começaram a ser distendidas nas varas de sustentação da praia.
... Enquanto numa delas em que se encontrava Simão, o seu proprietário, falou, um pouco mais ao povo expectante.
Seu verbo de luz clarificava as consciências inquietas e asserenava os espíritos em turbulência.
Sua silhueta de braços abertos bordada de ouro no contraste com o dia fulgurante, parecia a de uma ave sublime que estivesse prestes a alçar voo buscando rumos ignotos.
Depois de haver consolado o povo que o buscara, voltou-se para Simão e disse:
- " Faze-te ao largo e lança as redes para a pesca ".
- Mas retornamos de lá, agora, Senhor, sem nada conseguir.
- Não recalcitres, Simão.
A barca desliza cantando sobre a crista das ondas levemente encrespadas, e, ao ritmo do vento que perpassa e inflama as velas coloridas, se distancia, avançando com celeridade.
- Recolhe os panos - ordena, gentil, - e atira as redes.
Ai estivemos até o cansaço; nossos esforços redundaram inúteis. " Porém, sobre a tua palavra lançarei as redes".
As redes imensas em forma de tarrafas circulares,com chumbos amarrados às pontas, se abrem no ar em leque formoso e batem sobre as águas, mergulhando as malhas resistentes, desenroladas dos braços vigorosos que sustinham.
Logo puxadas se apresentam abarrotadas, quase arrebentando a tecedura forte.
O espanto, a algaravia e a explosão de júbilo dos homens espoucam em alacridade infantil.
A carga abundante é levada para bordo e a barca próxima é chamada, aos gritos, em socorro...
Na popa, recortando o disco solar esfuziante, o Mestre contempla aqueles homens de alma infantil, crestados pelas lutas diárias, inundados de alegria, emocionados até o pranto.
Aquele homem no entanto, donde o conhecia?
- refletiu num átimo, vencido pela força daquela voz que ordenava sem impor e ninguém desconsiderava, e daquela face... - Ele lhe parecia tão fraco e era tão forte! Não sendo um pescador, como soubera e pudera tanto?!"
- "Simão, não temas; de ora em diante serás pescador de Homens."
do livro Luz do Mundo
Divaldo Pereira Franco.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

NÃO ESTOU SOZINHA.

Senhor Jesus,
Filho da Virgem Maria,
Dai-nos força e alegria
Dai-no paz,vida e luz.
Dai-nos Amor Harmonia,
Dai-nos o pão de cada dia,
Abençoa-nos oh! Jesus!

Não vivo sozinha,
Tenho um amigo,
Aonde quer que eu esteja,
Jesus Cristo está comigo.

A força de Deus está
Dentro de mim,
Nada temerei,
Lutarei e vencerei,
Em nome de Jesus Salvador,
Nosso Pai e nosso Rei.

Deus é nosso Pai,
Jesus é nosso Irmão,
O Espírito Santo,
É a nossa Salvação!


ROSA DE LIMA.
A mãe mais maravilhosa que a terra já teve!

QUEM SOU EU ???

Cheguei no Alegre no dia 29 de Junho de 1933.
Porém não sei de onde eu venho,não sei pra onde eu vou.
Andei em muitos caminhos,mas não sei onde andei.
Caminhei em muitas estradas,não sei onde caminhei.
Conheci muita gente,Quem conheci também não sei.
Falei com muitas pessoas,mas não sei com quem falei.
Sonhei com muitas coisas,mas não sei o que sonhei.
Fiz muitas coisas,mas o que fiz,não sei.
Rezei muito,mas não sei o que rezei.
Tive muitos Amigos,se eram amigos não sei.
Estou aqui,não sei para onde irei.
Seguindo a minha jornada,
Sempre na mesma estrada,
Não sei como chegarei.
Se valeu a pena?
NÃO SEI!

ROSA DE LIMA.
A mãe mais amada do mundo!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

COMO TE ENCONTRAR

Estou te procurando
No rio que corre pro mar,
Na brisa leve que encanta,
Não sei se vou te encontrar.

Na chuva que banha a terra
No relâmpago no trovão,
Na ventania em desordem,
No despertar do furacão.

No passado, no presente
Nas estrelas e no luar,
No firmamento do anil,
E até no verde mar.

No respirar da saudade
Do meu amor e paixão,
Nas lágrimas que derramei,
Dentro do meu coração!

Te procuro noite e dia
Te procuro ao sonhar,
No pesadelo que tenho,
Na cantiga de ninar.

No jardim,no paraíso
No perfume de uma flor,
Na rua,no campo,no mato,
Não te achei meu amor.

Te procurei n'um sorriso
Te procurei no olhar,
Na canção,na poesia,
Em nenhum lugar está...

memb. 9/11/99

sábado, 10 de outubro de 2009

RAINHA DO LAR

Doce Rainha do lar, quem te relacionará os sacrifícios? que concha sublime te guardará na terra, as pérolas do coração, vertidas em forma de lágrimas, para definir-te o salário no Céu?
Todos te devem carinho, raros te conhecem no esplendor de tua renúncia.
Embora desconhecidas,porém, as tuas mãos de luz alimentam a vida...
Teces a renda do berço e guardas a nossa existência no ninho acolhedor de teus braços, orvalhando-nos de ternura para que venhamos a crescer no entendimento,isolada no pequenino reino doméstico, sustentaste-nos os passos primeiros, ensinando-nos a pronunciar o nome de Deus.
Quando todos se fatigavam, à frente de nossos caprichos, era teu coração nosso invariável refúgio.
Desapegaste a ti mesma de todos os adornos, para que nos enfeitássemos de ilusão, quantas vezes esquecendo-te à distância de nossos triunfos!
Nem por isso te revoltaste, Anjo Amigo!
Bastava que a dor nos anuviasse os olhos para que as tuas mãos desfalecessem de amor, acariciando-nos a face tristonha e arrebatando-nos, de novo, à música do sorriso.
Muitos se ergueram aos clarins da fama, relegando-te à obscuridade e outros muitos atingiram as culminâncias do ouro e do poder, olvidando-te no infortúnio... Entretanto, Mãezinha, teus lábios sorriam felizes, abençoando-lhes a vitória!...
Vives na base de todos os monumentos do mundo, no entanto, quão poucos se lembram de ti, crucificada no sofrimento para que a alegria e o progresso assinalam o esforço das criaturas distraídas da terra!
Enxuga, porém, o teu pranto oculto e não permitas que a flagelação e a saudade, a mágoa e o desencanto te sufoquem a alma. Ainda mesmo apunhalada de angústia, crê e espera, ama e ajuda sempre! Do teu trono de humildade e aflição, porque na Glória do Céu a tua dolorosa vigília é abençoada pela Divina Soberana, cujo filho é o nosso Excelso Rei coroado de espinhos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O GENRO-NETO

Toda sogra que há na vida,
No caminho meu ou teu,
Será sempre mãe querida
Outra mãe que o céu nos deu.

Deus recomenda isso em paz,
Se hoje estás na oposição.
Mais tarde concordarás
Na lei da reencarnação.

Guarda esta simples verdade
Das lições de mais valor
Deus criou a humanidade
Para a vitória do amor.

Se não crês no que te digo;
Se estimas lutas no lar,
Escutas,meu caro amigo,
A história que vou contar:

"Sogra,Não! Nem à custa de madraca!"
- Gritava Nhô Tatão de Albergaria -
"Só de encontrar Nhá Bela,tenho azia,
O que sinto se vejo jararaca".

Se a sogra vinha em casa,discutia
Xingava o perdigueiro,punha a faca...
Mas,certa vez, Tatão,caçando paca,
Teve ataque e morreu no mesmo dia!...

Desencarnado,em trevas,quis mais prova
E renasceu da esposa,moça nova,
Em novo lar no Sítio da Cancela...

Hoje,só quer vovó,o dia inteiro,
É um menino gorducho e beijoqueiro,
No colo carinhoso da Nhá Bela...

Cornélio Pires

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AMOR DE MÃE, NÃO TEM IGUAL!

Três semanas atrás, quando abrir a janela da minha sala pela manhã,
vi uma sena que me fez pensar muito sobre o que é ser mãe realmente.
Eu pensei:- será que o filho, sabe ou imagina o que é ser mãe? não ele
Não tem nem ideia,até que seja pai, ou uma mãe,porque só sabemos quando somos
pais e mães, sei que tem pai,que não deveria ser,como tem mãe que também não deveria ser,porque nem na gravidez se pode imaginar como é amor de mãe.
Pois bem,em baixo da minha janela, tem um pé de acerola, bem alto,eu sempre que vou abrir a janela, nunca olho pra baixo geralmente eu olho para um morro,ou uma montanha, tão verde, e linda com árvores,que são algumas conhecidas, como ipê amarelo,Ipê roxo,e outras que são Quaresmeira,eu só sei na época da florada,então eu olho para esse morro e agradeço muito a Deus, por poder ver,sentir,e respirar esse ar tão puro que ainda temos nesta cidade.
Então olhei para baixo e vi um ninho de pássaro,com dois ovos dentro, e do lado estava uma Sabiá olhando para mim,eu também fiquei olhando para ela,ela saiu voando eu vi que o ninho era dela.
No dia seguinte, quando abrir a janela,já tinham três ovos e,ela estava lá de olho em mim.
Pensei comigo; será que ela acha que vou pegar os ovos? o que ela acha não sei,mas ontem quando abri a janela, qual não foi minha surpresa: três filhotes de sabiá,bem pequenininhos,e a mãe estava chegando com uma minhoca no bico,levando para dar aos filhotes, achei muito lindo.
Hoje,estava ela lá deitada em cima dos seu filhos no ninho,estava começando uma ventania,logo o céu escureceu,e começou uma chuva forte,ela não redou pé do ninho,choveu o dia todo,e todas as vezes que fui olhar, ela estava lá deitada,protegendo os filhotes,muito vento e chuva e de noite esfriou muito, acendi a luz e lá estava ela no mesmo lugar,ela não saiu nem para comer,assim acho eu.
Por isso, que eu digo amor de mãe, não tem igual.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ESTADO DO BABAÇU

São Luís meu coração
Se banha na emoção,
No desejo de te ver.
Os teus abraços e beijos,
Lembro as casas de azulejos,
Me fazem mais te querer.

Quando eu te conheci
Imponente vi surgir,
Você linda e majestosa.
Os barcos na beira mar,
E eu para admirar,
Essa Ilha tão gostosa!

Parecia uma Donzela
Em meio a muitas janelas
Nas luzes dos lampiões.
Era uma casa tão bela,
Nunca vi igual aquela,
O Palácio dos Leões.

Se morrer que seja aqui
Na terra do buriti,
Genipapo e cupuaçu.
Na terra da vinagreira,
Eu subo e desço ladeira,
Estado do babaçu!

memb-----22/11/99

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ORAÇÃO DAS MÃES

SENHOR:
Abriste-me o próprio seio e confiaste-me os filhos do teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me a temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha força.
Ajuda-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile
as asas dos anjos tenros que me deste; adoça-me o raciocínio para que
a minha devoção afectiva não se converta em severidade arrasadora.
Defende-me contra o egoísmo para que a minha ternura não se transforme
em prisão daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir com amor, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercam.
Senhor, auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcerem nas sombras.
Pai, sou também tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que eu saiba conduzir ao infinito Bem os promissores rebentos de Tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quanto a tua sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego para que eu te restitua as jóias vivas de meu coração com serenidade e alegria; e quando a vida me impuser, em Teu Nome, o desprendimento e a solidão, reaquece minhalma ao calor de Teu Carinho Celeste para que eu venere a Tua Vontade para sempre.
Assim seja.

meimei!

domingo, 4 de outubro de 2009

SOMENTE MINHAS SAUDADES!

Um dia então resolvi
Faxinar meu coração,
Procurei o que sentia
Só encontrei ilusão.

Então logo na entrada
Encontrei a solidão,
A parede sem carinho.
Nem um pouco de paixão

Olho do lado direito
Tristeza que não tem fim.
Uma dor que corta o peito,
Estava dentro de mim.

Olho do lado esquerdo
Onde estava o meu amor,
Como quem pede socorro,
Ao nosso Deus salvador.

Lá no fundo a saudade,
De tudo que já amei,
Do passado já bem longe,
Foi com ela que fiquei.

Alguns eu joguei fora
Aqui não podem ficar,
Só o amor e a saudade.
Que nunca podem faltar.

A saudade é a memória
Que não posso apagar,
Se o amor estiver junto,
Os dois eu posso guardar.

Alguém já disse um dia
Que o amor tem saudade,
Pois um depende do outro,
Para se ter felicidade!

mem-22/11/99

OLHANDO O TEMPO PASSAR

Sentei na beira do rio
Olhando o tempo passar.
Fiquei pedindo baixinho,
Para minha dor levar.

Não sei para onde vai
Também não quero saber,
Só quero que ele leve,
Amor que me faz sofrer.

Aqui na beira do rio
Tem um lindo passarinho,
Ele sabe a tristeza,
Quando se fere no espinho.

Vou soltar a minha voz
Que a muito já não canta,
Comerei frutos maduros,
Da vida que o mundo planta.

Não vou sentir mas saudades
Nem vou deixar minha terra,
Vou viver cantando a vida,
Aqui no meu pé de serra!


memb------20/11/99

O BRILHO DO ESPLENDOR

Lua encantada e feliz
Noite clara que se diz,
É noite dos namorados.
As estrelas são ternura,
São testemunhas das juras,
Dos casais apaixonados.

Se pudesse te vestia
Com alguma fantasia,
Desse céu queria ter.
Um vestido cor da lua,
Com estrelas quase nua,
Cor da noite com prazer.

Toda noite,então sozinho
Eu sigo aquele caminho,
Que fiz para nosso amor.
No pensamento oculto,
Hoje só tenho teu vulto,
No brilho do esplendor!

memb ----11/05/98

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

UM DIA INESQUECÌVEL!

Hoje, quando começou a escolha da cidade, para as Olimpíadas de 2016, eu estava ansiosa,quando foi chamado o nosso Governador,Sérgio Cabral, para falar,foi emocionante , ele começou falando em inglês,nossa, foi um orgulho só!
Em seguida, nosso Prefeito, Eduardo Paes e um inglês mais perfeito ainda,e assim foi seguindo,e chamando os nossos representante, ai chegou a vez do nosso querido Presidente da República, Luís Inácio da Silva, ele não falou em inglês, mas falou muito melhor, se expressou , maravilhosamente, e mais ainda,falou pouco, mais disse TUDO.
Parabéns Sr.Presidente da República do Brasil!
Parabéns Rio de Janeiro!

Estou orgulhosa
memb.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PERTO DE DEUS

Entre a alma, prestes a reencarnar na Terra,e o mensageiro Divino travou-se expressivo diálogo:
- Anjo bom - disse ela -,já fiz numerosas romagens no mundo.Cansei-me de prazeres envenenados e posses inúteis...Se posso pedir algo,desejaria agora colocar-me em serviço,perto de Deus, embora deva achar-me entre os homens...
- Sabes efetivamente a que aspiras? que responsabilidade procuras? - replicou o interpelado. - Quando falham aqueles que servem à vida, perto de Deus, a obra da vida, em torno deles, é perturbada nos mais íntimos mecanismos.
- Por misericórdia, anjo amigo! Dar-me-ás instruções...
- Conseguirás aceita-las?
- Assim espero, com o amparo do Senhor.
- O Céu, então, conceder-te-á o que solicítas.
- Posso informar-me quanto ao trabalho que me aguarda?
- Porque estarás mais perto de Deus, conquanto entre os homens, recolherá dos homens o tratamento que eles habitualmente dão a Deus...
- Como assim?
- Amarás com todas as fibras de teu espírito, mas ninguém conhecerá, nem te avaliará as reservas de ternura!... Viverás abençoando e servindo, qual se carregasses no próprio peito a suprema felicidade e o desespero supremo. Nunca te fartarás de dar e os que te cercarem jamais se fartarão de exigir...
- Que mais?
- Dar-te-ão ao mundo um nome bendito, como se faz com o Pai Celestial; contudo, qual se faz igualmente até hoje na terra com o Todo-Misericordioso, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se te dê coisa alguma. Embora detendo o direito de fulgir à luz do primeiro lugar nas assembléias humanas, estarás na sombra do último... Nutrirás as criaturas queridas com a essência do próprio sangue; no entanto, serás apartada geralmente de todas elas, como se o mundo esmerasse em te apunhalar o coroção. Muitas vezes, serás obrigada a sorrir, engolindo as próprias lágrimas, e conhecerás a verdade com a obrigação de respeitar a mentira... Conquanto venhas a residir no regozijo oculto da vizinhança de Deus, respirarás no fogo invisível do sofrimento!...
- Adornarás as outras criaturas para que brinhem nos salões da beleza ou nos torneios da inteligênci; entretanto, raras te guardarão na memória, quando erguidas ao fausto do poder ou ao delírio da fama! Produzirás o encanto da paz; todavia, quando os homens se inclinem à guerra, serás impotente para afastar-lhes o impulso homicida... - Por isso mesmo, debalde chorarás quando se decidirem ao extermínio uns dos outros, de vez que te acharás perto do Todo-Sábio e, por enquanto, o Todo-Sábio é o grande Anônimo, entre os povos da terra.
- Que mais?
Todas as profissões no planeta são honorificadas com salários correspondentes às tarefas executadas, mas o teu ofício, porque estejas em mais íntima associação com o Eterno e para que não comprometas a Obra da Divina Providência, não terá compensações amoedada. Outros seareiros da Vinha Terrestre serão beneficiados com a determinação de horários especiais; contudo, já que o Supremo Pai serve dia e noite, não disporás de ocasiões para descanso certo, porquanto o amor te colocará em permanente vigília!... Não medirás sacrifícios para auxiliar, com absoluto esquecimento de ti; no entanto, verás teu carinho e abnegação apelidados, quase sempre , por fanatismo e loucura... Zelarás pelos outros, mas os outros muito dificilmente se lembrarão de zelar por ti... Farás o pão dos entes amados... Na maioria das circunstâcias, porém serás a última pessoa a servir-se dos restos da mesa e, quando o repouso felicite aqueles que te consumirem as horas, velarás, noite a dentro, sozinha e esquecida, entre a prece e a aflição... Espiritualmente, viverás mais perto de Deus, e, em razão disso, terás por dever agir com o ilimitado amor com que Deus ama...
- Anjo Bom - disse a alma, em pranto de emoção e esperança - que missão será essa?
O emissário Divino endereçou-lhe profundo olhar e respondeu num gesto de bênção:
- Serás mãe !...

Irmão X
do livro antologia mediunica "MÃE"

RESPOSTAS DAS ANEDOTAS

A primeira - é : ARAPUCA
A segunda - é : PERNILONGO
A terceira - é : duas irmãs, casaram com dois rapazes
cada uma teve duas filhas, as mães morreram e elas casaram
cada uma com o pai da outra e tiveram filhos.
Outra é - Um gato em cima de uma mesa,esperando o rato chegar

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

UM PEDIDO DE JESUS!

Jesus pediu,não desprezar os pequeninos,ele espera que nós, não olhemos só o pão de cada dia,nem somente a vestimenta.
O importante é o abrigo, amoralidade, o carinho, a educação, a saúde.
Alguns pais garantem o conforto material,mas relegam o espiritual,ser pai não é moleza, nem brincadeira, é trabalhoso ?, é, então antes de colocar um destes pequeninos que Jesus pede que não o abandonemos, aqui nesta terra, pense se realmente você entendeu o que disse Jesus.
A vadiagem de crianças nas ruas, com certesa vira um delinquente, e vai acabar numa FEBEM qualquer da vida, ou em algum hospício, mas tem aqueles que são cercados pelo dinheiro,se tornam também um marginalizado.
Porque não é só a criança pobre que pode se tornar um marginalizado,o rico também atravessam grandes provações, gerando miséria e sofrimento, e os seus pais, são os maiores sofredores além deles mesmo.
Então como pediu Jseus; Não desprezes, pois a criança,se entrega com mais facilidade as delinquências da vida.
Vamos dar o exemplo, sem desmoralizar uma criança,vamos olhar e se espelhar no exemplo do Maior mestre que já passou aqui nesta terra,esse sim; devemos imita-lo.
Quando levantar a sua mão para um destes pequeninos, que não seja para lhe apontar um dedo,e dizer palavras ofensivas, levante sua mão para ajudar a levantar aquele que está caido, para lhe dizer palavras de conforto, e lhe encine o que é viver, nas ruas, nos guetos,escuros úmidos e frios, por onde ele vai trilhar, ou já trilhou,pense que talvez dentro da sua casa também tenha um desses pequeninos!
Nunca esqueça que foi Jesus quem pediu...

memb.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PROVERBIOS MARANHENSE

Quem desdenha quer comprar
Coco velho, é que dá leite
Quando Deus demora, está no caminho
Faltando a terra de Deus, chega a de Nossa Senhora
Quanto mais se vive, mais se aprende
Quem conhece a pedra, é o lapidário
Gato tem o nome, cachorro seu sobrenome
Boca fechada, não entra mosca
Deus ajuda, quem madruga
Quem não marisca, não petisca
Quem cochicha, o rabo espicha
Ninguém sabe, o que calado quer
Quem cala, consente
Quem não chora, não mama
Quem empresta o que tem, pedir vem
Cabeça que não pensa, o corpo padece
A voz do povo, é a voz de Deus
Quem atira com polvóra alheia, não mede distância
O costume do cachimbo, é que faz a boca torta
Quem come do meu pirão, apanha do meu cinturão
Mato tem olhos, parede tem ouvidos
Quando não tem farinha, carueira serve
Quem não pode com pote, não pega na rodilha
Quem não trabalha, não sabe o que custa
Dia de muito, véspera de pouco
Quem come e guarda, come duas vezes
Quem muito quer dizer, mexerico quer fazer
Quem não deve, não teme
Quem vê cara, não vê coração
O que os olhos não vêem, o coração não sente
O que não é visto, não é lembrado
Quem tudo quer, nada tem
Se pensas que berimbau é gaita,e cu de galinha é gaveta
Camarão que dorme, a maré leva
Quem não quiser morrer, que não nasça
No rio que tem piranhas, jacaré nada de costas
Amigos amigos, negócios a parte
Alegria, é mãe de choro
Quando eu era besta, cavalo quase me mata
Quem tem pena do coitado,fica no lugar dele
Quem não quer ser lobo, não veste a pele
Quando o dia é bom, a véspera mostra
Quem quer colher flores,Que não semeie espinhos
Quem manda, descansa os pés,mas não descansa o coração
Na sombra da galinha, cachorro bebe água
Quem tem com que me pagar, não me deve nada
Quem tem horta, não deve cheiro
Quem tem boca, vai ao longe
Quem com ferro fere, com ferro será ferido
Santo de casa, não faz milagres
Devagar , se vai ao longe
Mais vale um pássaro na mão, que dois voando
Dever pobre, é pedir esmola para dois
Passarinho que acompanha João de Barro,Vira ajudante de pedreiro
Quem acompanha morcego, dorme de cabeça para baixo
Quem toca sino, não acompanha procissão.





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terça-feira, 22 de setembro de 2009

AMAZAM, MEU REPENTISTA FAVORITO

Nesse estilo o povo é quente,
Que paga qualquer cache,
Vou mostrar a essa gente,
Que sei mais do que você.
Meu arquivo da memória,
É uma caixa giratória,
Veloz como os carroceis...
É treze por doze, é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um,
Mais dois e mais três...
Vou mostrar minha bagagem,
Pra acabar com a fabulagem,
Do cantador de vocês.

Minha plateia é selecta,
Sabe que sou um artista,
Porque além de poeta,
Sou cantor e repentista,
Também tenho a mente mega,
Cantador nenhum me pega,
Nem aguenta meus revés,
É treze por doze,é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um mais,
Mais dois e mais três...
Nem preciso me esforçar,
Para cantar e ganhar,
Do cantador de vocês.

Vou dar um conselho aqui,
Pois amigo é quem avisa,
É melhor você desistir,
Do que levar uma piza.
Pois depois que eu me zangar,
Você vai é implorar,
E se ajoelhar nos meus pés...
É treze por doze,é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um,
Mais dois e mais três...
Eu trouxe um cabo de aço,
Pra quebrar no espinhaço,
Do cantador de vocês...

Não adianta tentar,
Me atingir com agressão,
Porque se eu for brigar,
Tenho força de Sansão.
Não vejo quem me suporte,
Pois meu veneno é mais forte,
Do que os das cascavéis,
É treze por doze, é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um,
Mais dois e mais três...
Hoje aqui ninguém me empata,
Se eu retalhar na chibata,
O cantador de vocês...

O que tem na nossa flora,
E os peixes que tem no mar,
Se quiser posso contar,
Sem deixar nenhum de fora.
Todos os povos da terra,,
Amazam, canta e não erra,
Que seus versos são fiéis,
É treze por doze, é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco pro quatro, mais um,
Mais dois e mais três...
Medindo conhecimento,
Não passa de um jumento,
O cantador de vocês...

Eu conheço matemática,
História e geografia,
Sei tudo sobre a gramática
Física e biologia.
Não existe professor,
Para este cantador,
Que dá aula aos bacharéis.
É treze por doze,é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um,
Mais dois , e mais três...
Conversa, não sabe nada,
É uma besta quadrada,
O cantador de vocês...

Você não faz o que eu faço,
Mesmo virando um gigante,
Que eu tenho forças no braço,
Mais do que um elefante.
Tenho garras de leão,
Sou a larva de um vulcão,
Mais quente que as chaminés...
É treze por doze, é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um,
Mais dois e mais três...
to de braço doido,
De amassar o pé do ouvido,
Do cantador de vocês...

Quando estou improvisando,
Sou melhor que lampião,
Passo uma hora brigando,
sem botar o pé no chão.
Minha lei é diferente`,
É como antigamente,
Dos tempos dos coronéis...
É treze por doze, é onze por dez,
É nove por oito, é sete por seis,
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Me pediram pra parar,
E na pê ia não matar,
O cantador de vocês.

AMAZAM e outro repentista que não lembro o nome.

PARA OS POLÍTICOS ODIADOS POR TODA NAÇÃO BRASILEIRA.

Falta um boi vaqueiro, no meio desta boiada
Tá faltando Um guarda peito, um cinturão reforçado,
Chapéu de couro timbrado, e um par de luvas bem feito
Sapato de bico estreito, uma espora aniquilada,
Corda de fazer laçada, pra laçar boi mandingueiro,
Falta um boi vaqueiro, no meu desta boiada!

Falta na nossa nossa nação, respeito, amor e paz.
Falta câmara de gás, para acabar com ladrão,
Falta alguém de posição que acabe esta enrolada,
Tem nego, sem fazer nada, ganhando muito dinheiro,
Falta um boi vaqueiro, no meu desta boiada!

Neste nosso Continente, está sobrando maconha,
Mas tá faltando vergonha, na cara de muita gente,
Falta um touro diferente, que pague a dívida atrasada,
Sem precisar dar chifrada, No bolso do brasileiro,
Falta um boi vaqueiro, no meio desta boiada!

Falta alguém, mais competente, que acabe a corrupção,
Dê combate a inflação, e melhore a vida da gente,
Tá faltando simplesmente, mais emprego pra moçada,
Escola pra gurizada, cadeia pra trambiqueiro,
Falta um boi vaqueiro, no meio
desta boiada!

Eu mesmo já não tolero, o povo já tá cansado,
Vem cruzeiro, e vai cruzado, e fica nesse lerolero,
Bota zero, e tira zero, e tome conversa fiada,
Isso não resolve nada, e desvaloriza o dinheiro,
Falta um boi vaqueiro, no meio desta boiada!

Ligo a televisão, pra ver o tele-jornal,
Chego até passar mal, com tanta esculhambação,
É tão grande a confusão, até parece piada,
A desordem está armada, ninguém prende o desordeiro,
Falta um boi vaqueiro, no meio desta boiada

Tom Oliveira.
Não sei se ele é o autor
Só sei que ele canta.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MAIS UMA PARA OS MAUS POLÍTICOS

Eu vi um homem na TV
Me prometendo que este país vai mudar,
Filosofia, tudo é conversa fiada,
Ele não está fazendo nada,
Pra essa terra melhorar.

Reforma agrária
É promessa não cumprida,
Que no decorrer da vida,
Elegeu muito vilão.
Quando a justiça ,
Funciona é muito lenta,
A saúde fraudulenta,
Adoece uma Nação,
Se o salário é mínimo até demais,
É porque os marajás
Tiram tudo que é do povo,
São verdadeiros vigaristas, desumanos,
Que de quatro em quatro anos
Reaparecem de novo!

A inflação disseram
Que foi embora
Na verdade ainda mora,
No centro deste pais,
Eles corrompem,
Nos usando como escudo,
Mas se nós ficarmos mudos,
Somos todos imbecis,
Privatizaram a honra,
Do Brasileiro,
Pra onde foi o dinheiro,
Ninguém sabe, ninguém.
De que adianta, ter virado Presidente
Ter nada de diferente,
Pro futuro do Brasil!

O topetudo continua no poder,
O BIGODUDO NUNCA DEIXOU DE MAMAR,
É o mesmo time que só muda de camisa,
Vem jogar de cara lisa,
Pra poder nos tapear!
E o careca?
Continua no poder...


Esta é mais uma letra de musica
Cantada por , TOM OLIVEIRA

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PARA TODOS OS MAUS POLÍTICOS

Eu não sei vocês, mas eu, não aguento mais ouvir falar de políticos que não dão a mínima para o povo que os elege.
Sempre estão na mídia, em algum escândalo, o pior é que nosso governo finge que não vê, que não escuta, isso só me deixa mais desanimada para a próxima eleição, pois vai chegar o dia que não vai ter mais ninguém em quem confiar para qualquer cargo na política.
Eu tenho um cantor de for ró que amo suas músicas, vou colocar aqui as letras de algumas músicas que ele canta, que diz muito, mais muito mesmo sobre os políticos safados, que conhecemos muito bem.
Vou perguntar a quem me estiver ouvindo
Pra que é que está servindo essa tal de CPI?
Na esperança de pegar algum ladrão,
Uma grande comissão, pesquisa,aqui, e ali,
Vai descascando a verdade nua e crua,
Mas na hora da recua, num ato de covardia,
Nenhum político vai parar atrás das grades,
Pergunto as autoridades:
SE ISTO É DEMOCRACIA ?
Se uma verba é destinada ao Estado,
O dinheiro é desviado
Sempre há quem passe a mão.
A gente fica,sem ter água, sem açude,
Sem emprego, sem saúde,
Até sem educação.
Sem ter acordo, esse primeiro que some,
Tem gente passando fome,
Dentro da periferia.
Sem assistência, Sem casa, sem cobertor,
Pergunto ao Governador:
SE ISTO É DEMOCRACIA?
Se um sujeito, pula o muro
Da vizinha, passa a mão numa galinha,
Vai parar na detenção,
Mas o político cai na marginalidade,
A tal da imunidade, não deixa ele ir pra prisão,
E quando vai, fica igual a Nicolau,
Na prisão especial, coberto de mordomia,
Em pouco tempo, tá na rua novamente,
Pergunto ao Presidente:
SE ISTO É DEMOCRACIA?
Nosso País, vai sendo entregue as baratas,
Os bandidos de gravatas,massacrando nosso povo.
Se tem um dele sorridente,discursando,
Só está nos tapeando, pra ser eleito de novo.
Nossa Bandeira, tá ficando desbotada,
A Pátria menos amada,piorando a cada dia,
De abrir a boca, quase ninguém tem coragem,
No PAÍS DA SACANAGEM,
ISTO É DEMOCRACIA!!!
outro dia eu escrevo outras letras.

O BEIJO DA MORTE!

Ela se foi para a mansão da morte,
A noite escura, a sua voz calou...
Fiquei jogado a própria sorte
Sem minha amada, que a morte levou.

Lembrando sempre, daquela noite fria
A morte veio, beijou a sua face,
No seu pulso, o sangue não corria.
Sei que só morre, quem um dia nasce.

Dos meus olhos, as lágrimas rolando
Fica não vai, choro implorando,
Mas, você foi, levando nosso enlace!

Adeus amada, adeus anjo de outrora
Deus te abençoe nesta boa hora!
Adeus também, eu li na sua face!!!



Memb.
11 de Agosto de 98

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O COMPRADOR DE BARULHO

O nosso Brasil tem sido
Palco de fatos e lendas,
Aonde muitos valentes,
Nas cidades, nas fazendas,
Se topando um com os outros,
Desfilam pelas contendas.

Um briga pela coragem,
Para mostrar como é forte -
Outro, porém, muitas vezes,
É forçado pela sorte
Jogar a vida e perdê-la
No pano negro da morte.

Ou duma maneira, ou de outra,
O gosto de nossa gente
É ler drama de aventura,
Onde corra o sangue quente -
Por isso, apresentaremos
Mais um caboclo valente.

Desta vez vamos mostrar
O COMPRADOR DE BARULHO,
Evaristo de Oliveira,
Que nasceu no mês de Julho,
Par ser, entre os valentes,
Mais um motivo de orgulho.

Na sua vida Evaristo
Não tinha pena do couro:
Montava em burro selvagem,
Pegava em ponta de touro,
Matava cobra de tapa
E onça pintada de estouro.
- 02 -
Ao completar vinte e um anos,
Tornou-se muito elegante.
Apesar de magricela,
Tinha força de um gigante -
Com um murro era capaz
De matar um elefante!

Gosta muito de briga,
Para mostrar seeu apreço:
Uma encrenca ou uma intriga

Comprava por qualquer preço -
Quando pegava um valente,
Virava-o pelo avesso!
Dar murro de acunhar carro,
Era esse seu orgulho.
Onde ouvesse qualquer briga,
Ele estava no embrulho -
Por isso foi batisado,
O Comprador De Barulho.
Quando tinha uma briga,
Ele mesmo procurava
Um cabra bem valentão
E num pé dele pisava -
Com empurrão e bofetes,
Nessa hora o pau quebrava!

Um dia numa budega,
Evaristo ia passando,
Quando ouviu que no balcão
Tinha alguém o convidando.
Ele foi até a porta,
Ver quem o estava chamando.
Era o dono da bodega,
Pedindo socorro urgente:
Estava de bucho azul,
De bater tanta aguardente -
Tinha bebido dois litros,
Forçado por um valente!
Um desordeiro, que tinha
O nome de Quebra Faca,
Tinha cada braço grosso,
Que parecia uma estaca,
Olhando Evaristo disse:
- Entre, para levar taca!
- 03 -
Este bodegueiro ia
Beber toda aguardente
Que tem nessas pratileiras,
Porém, você felizmente,
Chegou e vai ajuda-lo.
Pra provar que é valente!
Evaristo disse - Graças
A Deus, achei um amigo,
Que me arranjou uma briga!
Há tres dias que não brigo -
Estou de pernas cansadas,
Procurando um inimigo!
Entrou, dizendo: - Você
Não conhece quem sou eu!
Um tapa de mão aberta
O bandido recebeu
Por cima da lataria,
Porém nem sequer pendeu.
Quando quis sacar as armas,
Viu a perna de Evaristo
Pega-lo no baixo-ventre,
Para deixar o registro.
O cabra subiu gritando:
- Valei-me, Meu Jesus Cristo!
Quando caiu no balcão,
Pôde mover um colosso
De braço, que segurou
Evaristo no pescoço.
E disse: - Em você, agora,
Eu não deixo inteiro um osso!

Nessa chave de pescoço,
Evaristo viu a morte.
Meteu os pés no balcão.
Deu um impulso tão forte,
Que caiu sobre o bandido,
Ajudado pela sorte.

Já sufocado, morrendo,
Somente ouvindo um zumbido,
Conseguiu meter os dedos
Nos dois olhos do bandido,
Que lhe afrouxou o pescoço,
Soltando o maior gemido.
- 04 -
Com as duas mãos no rosto,
Como a brincar cabra-cega,
Quebra-Faca rodeava.
O moço disse: - Colega,
Vai pagar tudo que fez
Com o dono da bodega!

Ainda arfando, Evaristo
Pegou com disposição
Quebra-Faca pelo cós
E sentou-o no balcão
Pedindo depois dois litros
De conhaque alcatrão.

Disse para Quebra-Faca:
- Você mesmo se castiga!
Vai beber este conhaque,
Para ver se depois briga -
Quero ver você quebrar

Minha faca na barriga!

Nisso, Evaristo fincou
A peixeira no balcão.
Quebra-Faca disse: - Eu bebo
Vinte litros de alcatrão
Porque a minha barriga
Nunca quebra este facão!
Quando o bandido bebeu
OS dois litros de conhaque,
Evaristo deu-lhe um chute,
Como ponto de destaque.
O cabra correu, pendendo -
Cada passada era um baque!
Por sua infelicidade,
Ia passando uma vaca,
Pegou o pobre nas pontas
E jogou-o numa estaca
Ele morreu estrepado -
Nuca mais foi Quebra-Faca

Evaristo resolveu-se
A fazer uma viagem -
Dar uma volta ao mundo,
Sair da camaradagem,
Para procurar com quem
Testar a sua coragem.

-05 -

Já perto de uma fazenda,
Um homem vinha correndo.
Disse: - Meu amigo, volte!
Ouça o que lhe estou dizendo,
Porque, se continuar,
Pode terminar morrendo!
Lá na casa da fazenda,
A situação é séria:
Na festa do casamento
Da sertaneja Valéria,
Tem um grupo de bandidos
Fazendo a pior miséria!

O chefe dos assassinos,
Conhecido por Caveira,
Tem mais de cinquenta mortes -
Mata como brincadeira.
E depois arranca os olhos
Com a ponta da peixeira!
Entrou com mais onze cabras,
Começando o sururu:
Fez todos tirarem as roupas,
Para mexer o angu -
Quem não consegui correr,
Está lá dançando nú!

Evaristo disse:- Amigo,
Eu vou lá dançar também
Com o grupo de capamgas,
Para ver quem dança bem =
Quero saber se o Caveira
Dança baião e xerém!

Correu e, vendo a fazenda,
Desmontou-se na porteira,
Caminhou até a porta.
De onde viu a brincadeira -
A noiva dançava nua,
Abraçada por Caveira.

As roupas lá num recanto,
Todos estavam despidos.
Ao som de uma concertina,
Dançavam desprevenidos -
Somente pelos chapéus
Destacavam-se os bandidos.

- 06 -

Em cada chapéu havia
Desenhada uma caveira,
Porém o chapéu do chefe
Modificava a maneira -
A caveira era bem grande,
Mostrando ser a primeira.

Evaristo observou
Os bandidos desarmados -
Viu, no recanto das roupas,
Os cinturões agarrados,
Cartucheiras e revólveres,
Com os punhais desprezados.


Saiu, se desconversando,
Entrou por uma janela.
Ninguém na sala deu fé,
Pois ele fez com cautela -
Os bandidos nem pensavam
Numa surpresa daquelas
Já portando dois revólveres
Mostrando um em cada mão,
Deu um grito: - Meus senhores,
Prestem-me toda atenção!
Também quero fazer parte
Da festa deste salão!


Parou tudo de repente,
Todos olharam assombrados -
Os bandidos que eram doze,
Ficaram paralizados,
Com todos os dançarinos,
Como que petrificados.


Continuou Evaristo:
- Peço a todos por Jesus,
Se afastem destes bandidos -
Quero matar todos nus,
Para que não dêem tabalho
Aos bicos dos urubus!

E disse para os bandidos:
- Hoje ninguém os socorre!
Vão pagar todos os crimes
E daqui um só não corre -
Aquele que se mexer,
Esse é o primeiro que morre!
- 07 -

Chamou o dono da casa
E disse: - Vá amarrando
Todos esses cabras nus,
De dois em dois encangando,
Com as mãos atrás das costas -
Menos o chefe do bando!

Porém, o povo correndo,
Deixando os bandidos sós,
Caveira acordou do susto.
Foi ouvida sua voz,
Dizendo: - Vamos mata-lo,
Antes que ele mate a nós!

Os bandidos avançaram,
Quando foi ouvida a fala,
Porém, igual a mangaba,
Iam caindo na sala,
Agarrados com a morte,
Cada um com sua bala.

Usando os dois trinta-e-oito,
Evaristo disparou
Com rapidez nos capangas
Um só tiro não errou:
Onze balas onze mortos -
Só o Caveira ficou.

Isso porque Evaristo
Achou que fazia pouco
Matando todos a tiro -
Com uma idéia de louco,
Deixou o Caveira vivo,
Para matá-lo de soco.

Caveira era um tipo alto,
Corpulento e musculoso,
Corajoso e valentão,
Muitas vezes criminoso -
Frio, sagaz e perverso,
Desumano e perigoso.

Evaristo disse: - Agora
Se prepare valentão,
Que eu vou lhe dar uma surra,
À minha satisfação,
Que você vai se lembrar
Noutra reencarnação!

- 08 -

O bandido respondeu:
- Dessa vez você se engana!
Num corpo a corpo comigo,
Você vai virar banana,
Pois eu tenho resistência,
Pra lutar uma semana!

Evaristo ainda disse:
- Você vai ser seu engano!
Vou dar um murro em sua cara,
Para voar o tutano -
Você luta uma semana
Eu posso lutar um ano!

Caveira disse: - Eu quero
Vira-lo pele avesso!
Nesse momento, partiu -
A luta teve começo,
Porém um só murro dele
Não encontrava endereço.

Pois Evaristo dançava
Pela frente do bandido,
Fazendo o jogo de pernas,
Bem coberto e prevenido -
Sempre enganava o Caveira,
Não dava um soco perdido.

Quando Evaristo batia,
Caveira cambaleava.
Pelos socos recebidos
A cara se deformava -
Voavam tacos de couro,
Enquanto o sangue espirrava.

Numa cruzada de esquerda,
Evaristo lhe acertou
A sobrancelha direita,
Que o olho longe voou
O murro foi tão bem dado,
Que até o crânio rachou!

Caveira disse: - Estou vendo
Muita fumaça passando...
Já sinto a vida fugindo,
Parece que estou sonhando
Já sinto o inferno aberto
E Satanás me esperando!...
- o9 -
O bandido apresentava
A situação tão séria,
Que só lhe faltava a alma
Abandonar a matéria,
Porque tinha a cara toda
Em petição de miséria!

Toda amassada e ferida,
Os olhos esbugalhados;
A venta era uma paçoca,
Muitos dentes pendurados -
Balançando, sobre o queixo,
Os lábios estraçalhados.

Nesse momento, Evaristo,
Usando de toda a calma,
Deu-lhe um soco de direita,
Que o satanás bateu palmas
No canto de uma parede,
O corpo caiu sem alma!

No mesmo instante, a policia
Entrou com o delegado,
Porque o homem, que tinha
A Evaristo avisado,
Correu até a cidade,
Onde contou o passado.

Quando o delegado viu
O panorama da festa,
isse para os seus soldados,
Passando a mão pela testa:
- Nunca vi em minha vida
Uma bagaceira desta!!

O fazendeiro contou
Como tudo aconteceu -
O que os bandidos fizeram,
Como Evaristo venceu
Na batalha corpo-a-corpo,
Como Caveira morreu.

Quando o delegado ouviu
O relato conciente,
Olhou Evaristo e disse:
- Você é forte e valente!
Merece uma recompensa
Pelo que fez pela gente!
- 10 -

Evaristo respondeu:
- Não quero receber nada -
Eu devia até pagar
Uma quantia avultada,
Por essa oportunidade
Para dar uma brigada!

Pois, para mim, delegado
Não faço luta perdida:
Brigar é o melhor esporte,
Cada briga é uma partida -
Só mato, se for forçado
A defender minha vida!

Ouvindo aquela resposta,
O ilustre delegado
Mandou enterrar os mortos,
Deu tudo por terminado.
Evaristo viajou,
Em busca de um povoado.

Já perto, ia escurecendo.
Ele pedio hospedagem
Numa casa, onde gozou
De boa camaradagem
Jantou e passou a noite,
Descansando da viagem.

Viajou pela manhã.
Ao passar num povoado,
Era um Domingo de sol,
O povo estava animado -
Tinha uma roda de gente,
Na sombra de um pau copado.

Evaristo ia passando,
Quando ouviu a gritaria -
Com gritos e gargalhadas,
O povo se divertia.
O rapaz foi até lá,
Para saber o que havia.

Quando riscou o cavalo,
Dentro da roda foi vendo
Dois galos se estraçalhando -
O sangue estava descendo,
Penas voando nos ares
E o povotodo torcendo.
- 11 -

Evaristo achou os gritos
Degradantes, repelentes -
Como era que tantos homens,
Humanos e consciente,
Se alegravam com a desgraça
De dois galos inocentes?!...

Pensando assim, perguntou:
- Quais são os donos dos galos,
Entre estes covardes todos?
Pois eu vou recompensa-los -
Para aumentar mais a festa,
Quero pisar nos seus calos!

E, para maior assombro,
Assim dizendo, pulou,
No meio do pessoal,
Os dois galos separou.
Como que todos pasmados,
Um só homem não falou.

Evaristo, olhando a todos,
Disse: - De mim ninguém mangue!
Aonde perderam as linguas?
Voces não queriam sangue -
Por que ficaram calados?
Falem, antes que eu me zengue!

Desalmados, desumanos,
Repugnantes, serpentes!
Vendo dois galos brigando,
Acham que ficam valentes -
Enxaguando a covardia
No sangue dos inocentes!

Nesse momento, um do grupo
Destacou-se e disse: - Amigo,
Saiba que não sou covarde
Enfrento qualquer perigo!
Eu sou dono de um galo
E não rejeito inimigo!

Evaristo disse: - Bravo!
Em você eu tenho fé!
O dono do outro galo
Desejo saber quem é,
Para uma briga entre os dois -
uero ver quem toma pé.
- 12 -

O homem disse, apontando:
- O outro dono é aquele!
Evaristo disse: - Agora,
Você vai brigar com ele -
Quero ver sangue correr,
Tanto em você como nele!

A briga vai ser sem armas,
Para haver pouco perigo -
Será de unhas e dentes.
Quem vencer o inimigo,
Quando descansar três horas,
Terá que lutar comigo!

O outro homem gritou:
- Não faço uma coisa desta!
Evaristo disse: - Faz!
Quero ver se você presta -
Porque, ou aceita a briga,
Ou uma bala na testa!

Bateu mãos aos dois revólveres,
Disse: - Vamos começar!
Vocês gostam de ver briga,
Hão de gostar de brigar -
Eu só quero ver quem vence,
Para depois me enfrentar!

Os dois tiraram as camisas
E se pegaram no soco,
Pontapé e cabeçada,
Por cima de pedra e de toco -
Um dava queda no outro,
Mas o povo achava pouco.

Isso mais de duas horas -
Os dois estavam cansados,
Sangue escorrendo das ventas,
Beiços e dentes quebrados,
Muitas feridas nos corpos,
Olhos roxos e inchados.

Até que, numa topada,
Os dois no chão desabaram
Por quase cinco minuros,
Desacordados ficaram
Evaristo bateu palmas,
Disse; - Vocês empataram!
- 13 -

Um engraçado do grupo
Disse: - Agora, meu amigo,
Você se faz de valente,
Mas não enfrenta o perigo -
Para provar o que diz,
Quer trocar soco comigo?

O tipo era alto e forte,
Tinha cara de leão -
Um vaqueiro acostumado
A derrubar barbatão:
As munhecas pareciam
Com duas mãos de pilão

Evaristo, quando olhou
Para a cara do gaiato,
Que viu o tipo do bicho,
Parecendo o pai- do mato,
Pensou consigo: - Encontrei
A forma do meu sapato!

Porém disse sem demora;
- Não temo a nenhum perigo!
Aceito o seu desafio,
Para provar o que digo -
Pode tirar a camisa
E trocar soco comigo!

Ouvindo aquelas palavras,
O cabra deu um esturro,
Partiu pior que uma fera,
Dando coice como burro -
Quando Evaristo deu fé,
Estava levando murro.

Também não contou conversa:
Enfrentou o valentão.
Os assistentes gritavam:
- Queremos ver, fanfarrão,
Como é que você aguenta
Os murros do Domingão!

Nesse momento , Evaristo
omente se defendia -
Dançava, fazendo o jogo,
Os bofetões rebatia,
Enquanto o povo, animado,
Só por Domingão torcia.
- 14 -

A luta continuava:
Evaristo se esquivando,
Rebatendo as bofetadas,
O vaqueiro se cansando -
Sem acertar no rapaz,
Pouco a pouco fracassando.

Mesmo assim, muito cansado,
O vaqueiro não corria
O seu braço arrasador
No momento em que descia,
Se batesse em Evaristo,
Até a arma morria.

Porém Domingão suava,
Sentindo os nervos cansados -
Já se encontrava sem forças,
Com os braços esfolados,
As munhecas bem inchadas,
Com alguns dedo quebrados.

Evaristo, conhecendo,
Vendo ele cambalear,
Embora também cansado,
Começou a aproveitar,
Batendo com as duas mãos,
Pensando ve-lo tombar.

Porém estava enganado:
Quando os murros recebia,
Domingão, como plantado,
Balançava e não caia!
O povo, todo pasmado,
Não falava e nem torcia.

Evaristo, não sentindo,
Os murros de Domingão,
Também parou de bater.
O vaqueiro, sem ação,
Ficou, parecendo ter
Os pés plantados no chão.

Evaristo disse a todos:
- Já não vou mais castiga-los,
Porém, quando eu voltar,
Encontrar briga de galos,
Faço os donos engoli-los
Com penas, sem mastiga-los!
-15 -

Montou-se no seu cavalo,
Deu um adeus com a mão -
Em passada de galope,
Embrenhou-se no sertão,
Por uma estrada esquisita,
Sem saber a direção.

Dois dias sem encontrar
Vilas nem povoações,
Onde pudesse comprar
As principais previsões -
Somente encontrava água
Nas pedras, nos calderões.

No terceiro dia, à tarde,
Penetrou por um cercado,
Porém adiante perdeu-se
Numas veredas de gado.
Sem acertar o caminho,
Caiu num mato fechado.

Quando estava escurecendo,
Parou em uma clareira,
Desarreou o cavalo,
Junto a uma catingueira,
Botou-o para pastar,
Depois fez uma fogeira.

Assou carne, e com farinha
E rapadura comeu.
Perto tinha um calderão,
Foi buscar água e bebeu,
Também deu a seu cavalo
Nesse instante escureceu.

Subiu-se e armou a rede
Nos galhos da catingueira.
Deito-se e ficou fumando.
De cima olhando a fogueira,
Com o revólver na mão,
Alisando a cartucheira.

Pelo cansaço, dormiu,
Como quem está numa espera.
Muito depois, acordou-se
Sem saber que hora era,
Com relinchos do cavalo
E os rugidos de uma fera.
16 -
Olhou no escuro e viu
Uma sombra se bolindo -
Era uma onça pintada,
De vez em quando, rugindo,
Debaixo da catingueira,
O cheiro dele sentindo.

O rapaz, observando,
Viu os dois olhos da fera,
Parecendo duas brasas.
Foi quando entendeu quem era
Já procurando subir,
Em busca da sua espera.

A onça sentindo o cheiro,
Procurou subir mais cedo.
Evaristo fez a mira
Com o revólver, sem medo -
Apontou entre os dois olhos
Depois apertou o dedo.

No tiro a bruta caiu,
Soltando um triste rugido.
Mais tres ou quatro correram,
Na hora do estampido,
Com miados assombrosos,
No mais tremendo alarido.

Foi quando Evaristo viu
Que tinha estado cercado
Por muitas feras famintas.
Como que tinha sonhado -
Só por um milágre, não
Tinha sido devorado!

De manhã, quando desceu,
A onça estava estirada.
Não pensou nem um segundo -
Preparou sua montada
E saiu, beirando um corrego,
A procura de uma estrada.

Depois, saiu num caminho,
Disse: - Que Jesus me ajude!
Foi vendo o mato mais verde,
Como tendo mais saúde -
O córrego parecia
O sangrador de um açude.
- 17 -
As nove horas do dia,
Foi ouvindo uma zoada:
Duas pessoas falando,
Vezes com voz alterada -
Enquanto uma lastimava,
Outra dava gargalhada.

Ele saltou do cavalo,
Amarrou-o e foi descendo,
Sempre andando com cuidado,
Se abaixando e se escondendo,
Para saber bem de perto
O que estava acontecendo.

Usando a maior cautela,
Quando foi se aproximando,
Viu, num açude bonito,
Uma moça se banhando,
Dois cavalos amarrados
E um rapaz gargalhando.

Ela estava mergulhada,
Só a cabeça de fora.
De lá, gritou numa prece:
- Valei-me Nossa Senhora!
Defendei-me deste monstro,
Que tanta honra devora!

Evaristo, vendo quilo,
Não sabia qual o fim.
Daquela cena dramática,
Quando o rapaz disse assim:
Eu nasci para você -
Você nasceu para mim!

Saia logo dessa água,
Não lhe adianta mergulho:
Estamos nós dois sozinhos,
Hoje quebro seu orgulho!
Aqui, ninguém a socorre -
Para que fazer barulho ?

Hoje, aqui é o paraiso,
Começando a Criação...
Do seu corpo majestoso,
Quero ver a perfeição -
Você vai ser minha Eva
Eu serei o seu Adão!

- 18 -

Você sabe quem sou eu,
Preciso que me obedeça!
Ninguém pode defende-la,
Nem que Jesus do céu desça -
Ou sai dai, ou lhe meto
Uma bala na cabeça!

Nisso, a moça respondeu:
- Nem na terra, nem na lua,
Enquanto eu estiver viva,
Você nã me verá nua!
Prefiro morrer cem vezes,
Do que uma vez ser sua!

O rapaz, enfurecido,
O seu revólver puxou.
Quando apontou para a moça,
Outra arma disparou -
Sentiu um chque no braço
E seu revólver voou.

Virou-se e viu Evaristo,
Com o revólver na mão,
Dizendo: - Eu sou o Senhor -
Vim para salvar Adão.
De comer das mãos de Eva
A maçã da perdição!

Eu ouvi você dize
Que aqui era o paraíso,
Você Adão e ela Eva
Então Deus era preciso,
Para plantar a vergonha
Nas terras do seu juízo!

Dê as costas para o açude,
Passe para minha frente -
Também vou ficar de costas,
Para que essa inocente
Possa sair e vestir-se,
Sem ser vista pela gente.

O bandido obedeceu,
Pensando depois correr.
O rapaz logo entendeu
O que ele pensou fazer
E lhe disse: - Fique quieto!
É melhor do que morrer!

- 19 -

Depois, disse para a moça:
Por ordem do criador,
Pode sair e vestir-se,
Sem medo do tentador,
Pois Adão não quer mais ve-la,
Obedecendo ao senhor!

Salvelina, vendo os dois,
Evaristo e Valderez,
Lá de costas para ela.
Perdeu toda timidez -
Saiu da água correndo,
Vestiu-se com rapidez.

Também portando um revólver,
Completamente vestida,
Chegou perto e disse: -Moço,
Você salvou minha vida
Das garras deste assassino -
Estou muito agradecida!

Você é desconhecido,
Não conhece este infeliz -
Com mais de cinquenta moças
Ele já fez o que quis,
Não teme as autoridades,
Delegado, nem Juiz,

Porque o pai dele é rico,
Protetor de cangaceiros
Ostenta nas suas hostes
Uns quarenta pistoleiros,
Dobrando as autoridades,
Assombrando os fazendeiros.

Nesta zona, só se fala
No coronel João Romeu:
Quem teve questão com ele
De qualquer forma perdeu -
Se não quis morrer, fugiu;
Se não quis fugir, morreu!

Você fez isso, porém,
Meu coração não descansa:
Este bandido e seu pai
Vão tomar uma vingança -
Em mim e minha familia,
Farão a maior matança!
- 20 -
Eu devia era mata-lo,
Porém pode ser pior -
Quando o pai dele souber,
Faz a desgraça maior!
Evaristo disse: - Qual!
Quanto mais briga melhor!

Deixe essa questão comigo,
Tomo tudo para mim:
Ando comprando barulho,
Não gosto de cabra ruím -
Quando entro numa encrenca,
Vou até chegar o fim!

Salvelina disse: - Moço,
Valderez é um imundo!
Ele, o pai e os cangaceiros
Acabam com todo mundo!
Evaristo respondeu:
- Eu não temo a vagabundo!

Logo para começar,
Eu vou lhe rasgar o mapa:
Vou dar-lhe uns sessenta murros,
Fazer-lhe a cara uma chapa -
Como ele gosta de moça,
Também vai gostar de tapa!

Assim dizendo, gritou:
- Pode virar-se, rapaz!
Não lhe adianta correr -
Faça como um homem faz,
Que vai levar uma pisa,
De assombrar o satanás!

Valderez, logo, virou-se
E da cintura sacou
Uma peixeira afiada,
Para Evaristo voou.
Salvelinda, vendo a faca,
Com medo, os olhos fechou.

No vôo que Valderez deu,
Evaristo viu o aço,
Deu um pulo para um lado.
Quando ainda no espaço,
Vendo o bandido passar,
Meteu-lhe a mão no cachaço.
- 21 -
Sem botar os pés no chão,
Valderez continuou
Procurando em que pegar,
Porém, como nada achou,
De cabeça´para baixo,
No açude tibungou.

Salvelina abriu os olhos,
Olhou o moço e gemeu.
Não vendo o bandido, disse:
- O que foi que aconteceu?
Aonde está Valderez -
Virou fumaça ou correu?

Evaristo disse: - Veja!
Aconteceu algo estranho:
Eu dei-lhe somente um tapa,
Que ninguém mede o tamanho,
Ele caiu no açude -
Lá está tomando banho!

Salvelina, olhando, viu
Ele subindo e descendo,
Gritando e bebendo água,
Com as duas mãos batendo,
Como quem pede socorro
Na hora que está morrendo.

Uma vara bem comprida
Logo Evaristo encontrou.
Jogou uma ponta na água,
O bandido se agarrou -
O moço arrastou-o, Porém,
Saindo ele desmaiou.

Evaristo pôs o bicho
De cabeça para baixo -
Começou a correr água,
Que parecia um riacho,
Pela venta e pela boca.
Ele disse: - Aguenta macho!

Quase duas latas de água
O bandido vomitou -
Esteve entre a vida e a morte,
Pouco a pouco melhorou.
Depois que voltou a si,
Evaristo perguntou:
- 22 -
- Que tal o banho, gostou?
Já esfriou o juízo?
Como Eva se banhou,
Achei que fosse preciso
Adão também se banhar
Nas águas do paraíso...

Valderez disse: - Eu não quero
Saber de Adão, nem de Eva,
De Deus, nem de Paraíso,
De céu, de luz, nem de treva -
Porque, somente de um tapa,
Quase o satanás me leva!...

Evaristo disse: - Agora,
Eu preciso remove-lo:
Vou levalo com a moça,
Só para o pai dela ve-lo -
Mesmo, talvez, lá precise
Ele sentar seu cabelo...

Valderez disse: - Nem pense
Nessa besteira maldito!
Pois, quando meu pai souber,
Faz um trabalho bonito:
Vai lá, acaba com tudo,
Não deixa vivo um mosquito!

Evaristo respondeu:
- Não tem jeito - Você vai,
Para pagar o que fez!
Depois, vou topar seu pai -
Dar-lhe um soco entre os dois olhos,
Ver onde a cabeça cai!

Nisso, chamou Salvelina
E uma ordem lhe deu,
Para trazer seu cavalo.
A menina obedeceu.
Os tres cavalos selados,
Cada um montou o seu.

Evaristo advertiu:
- Rapaz eu vou avisa-lo:
Não tentecorrer, porque
Estou sempre a vigia-lo -
Se lembre bem que uma bala
Corre mais que seu cavalo!

- 23 -
Eva seguia na frente,
Acompanhada de Adão,
Em seguida ia o Senhor,
Com um revólver na mão -
Assim, chegaram à fazenda,
Sem nenhuma tentação...

Evaristo contou tudo,
Sem nada de gabolice,
O senhor Joaquim Sotero,
Pai de Salvelina, disse:
- Eu nunca pensei na vida
De ver tanta canalhice!

Eu já não sei o que faço!
(Disse o velho a Evaristo).
Agora, estou desgraçado,
Você pode dar por visto -
O pai dele é um satanãs,
E o filho é um Anticristo!

O rapaz disse sorrindo:
- Com a força do Eterno,
Os punhos e dois revólveres,
Tenho um poder mais moderno -
Satanás e Anticristo,
Eu boto tudo no inferno!

Não tenha medo meu velho:
Deixe o barulho comigo!
Há muitos dias que eu ando
Procurando um inimigo -
Só deixo esta região,
Quando não houver perigo!

Vou mandar o filho agora
Ir ao pai dar meu recado,
Para ver se ele se assanha
E vem com seu grupo armado -
So gosto de tocar fogo
Em manganbá assanhado!

O velho disse: - Rapaz,
Acho que fez uma asneira,
Porque o pai deste monstro,
Quando emborca no Teixeira
Com vinte ou trinta capangas -
Nesse dia não tem feira!

-24 -

Corre o povo da cidade,
Todo comércio é fechado.
Para enfrentar os bandidos,
Não parece um soldado,
Porque um destacamento
Já foi todo assassinado!

Evaristo disse: - Pois
È lá que quero encontra-lo!
Ele é valente, eu sou forte -
Ele vai ver como um galo,
Transformado num jumento,
Quebra a cara de um cavalo!

Nisso disse a Valderez:
- Vá logo a seu pai e diga
Que venha para o Teixeira,
Olhar como um macho briga
De trinta e seis qualidades,
Sem sentir dor de barriga!

Diga que pode trazer
Toda sua capangagem -
Lá, todos receberão
O bilhete da passagem
Da terra para o inferno,
Na derradeira viagem!

E diga, também, que a ida
Deste para o outro mundo,
Ele faz sem sentir nada:
Não fica nem moribundo -
Vai montado numa bala,
Chega em menos de um segundo!

Nisso saiu Valderez
Numa tremenda carreira.
Evaristo perguntou:
A distância até Teixeira.
O velho disse: - Seis léguas -
E amnhã lá tem feira!

Evaristo disse: - Então,
A coisa só presta quente!
Vou sair agora mesmo,
Para chegar lá na frente,
Avisar ao delegado
E previnir toda gente.

- 25 -

Salvelina disse: - Moço,
Eu não pretendo ofende-lo!
Só lhe peço que não vá
Cair nesse desmantelo -
Porque, indo, no seu corpo,
Não fica inteiro um cabelo!

Em troca do meu pedido,
Lhe ofereço o meu amor!
Evaristo disse: - Aceito,
Porém lhe peço o favor
De me deixar acabar
O fantasma do terror!

Pode ficar esperando,
Que vou e volto em seguida -
Quero fazer uma briga,
Que fique por despedida,
Para que seja lembrada
Durante o resto da vida!

Salvelina disse: - Então
Receba de mim um beijo!
Evaristo aproximou
A vontade do desejo
E beijou aquela boca
Que tinha gosto de queijo.

Depois do beijo, partiu.
Quando chegou em Teixeira,
Falou com o delegado -
Traçou a melhor maneira
Para pegar o bandido
Com a sua cabroeira.

Enquanto isso, na fazenda,
Valderez tinha contado
Ao coronel João Romeu
O que havia se passado -
Para irritar mais o velho,
Deu de Evaristo o recado.

O coronel João Romeu
De tres berros com um bode,
Dizendo: - Cabra safado!
Por que faz o que não pode?!...
Com um puxão, quase arranca
Uma banda do bigode.

- 26 -
- Covarde, você merece
ofrer tudo que sofreu!
Só vou vinga-lo porque
Quero mostrar quem sou eu -
Niguém pisa na barriga
Do coronel João Romeu!



Convide vinte rapazes
Que queiram jogar na sorte -
Só quero homem valente,
Corajoso e muito forte,
Que entre na porta da vida,
Saia na boca da morte!

Partiu com os vinte cabras,
Seguido por Valderez,
Dizendo: - Hoje, em Teixeira,
Eu vou mostrar a vocês
Como é que faço carniça
Que urubu come num mês!

Enquanto Evaristo estava
Esperando na estrada,
Foi avistando os bandidos
Numa curva da estrada.
Um rapaz disse, apontando:
- Lá vem a rapaziada!...

Já na estrada da rua,
Os cabras foram parados.
Depois, pelo coronel,
Em dois grupos separados -
Pelo pai e pelo filho
Os dois eram comandados.

Evaristo, de uma esquina,
Tudo, tudo observava -
Viu quando o grupo do velho
Na outra esquina dobrava,
Enquanto o de Vaderez
Por perto dele passava.

Deu um pulo na calçada,
Um revólver em cada mão -
Caiu no meio da rua,
Dando um estouro no chão,
Que deixou os onze cabras
Como vendo assombração!
- 27 -
Disse gritando bem alto:
- Amigos, está na hora
De, quem tiver, botar logo
A coragem para fora!
Quem quizer morrer primeiro,
È só se mexer agora!

Valderez, quando avistou
Evaristo em sua frente,
Ficou louco, se tremendo,
Como quem está doente,
Mordendo a lingua e os beiços,
Batendo dente com dente.

Porém, saindo do êxtase,
Deu um grito em alta voz:
- Rapazes! Atirem nele,
Antes que ele atire em nós!
È o comprador de barulho,
Que no combate é feroz!

Nesse instante, dois bandidos,
Inocentes se mexeram.
Antes de puxar as armas,
Duas balas receberam -
Cairam como dois pássaros,
Estrebuchando, morreram.

Vendo Valderez tremer,
Todos tremiam também.
Olhando os colegas mortos,
Quizeram correr, porém,
Evaristo deu um grito:
- Daqui não corre ninguém!

Nesse instante, como que
O Diabo os encorajou:
Os oito puxaram as armas,
Porém nenhum atirou,
Porque oito tiros certos
Evaristo disparou.

De puxar o seu revólver,
Valderez não faz nem gesto.
Vendo os seus capangas mortos,
Disse em forma de protesto:
- Se prepare, que meu pai
Vem ali trazendo o resto!
- 28 -
De fato, quando Evaristo
Foi a vista Levantando,
Avistou os dez bandidos
E o coronel comandando.
Ele disse: - Agora, sim
A festa está melhorando!

Evaristo com um pulo,
Pegou Valderez e deu
Um pescoção a seu jeito -
O bandido amoleceu.
Já lhe servindo de escudo,
Várias balas recebeu.

Estribuchando, morrendo,
Foi caindo para um lado.
Evaristo foi com ele
E caiu entrincheirado
No cadáver do bandido,
Com um revólver empunhado.

Três vinham correndo, em fila,
Para salvar Valderez.
Evaristo deu um tiro,
Que a bala com rapidez,
Ainda atravessou dois -
Porém derribou os tres.

O que vinha mais atrás
Pendeu, desequilibrou-se,
Caiu por cima dos outros.
Como um raio levantou-se,
Mas recebeu uma bala -
Caiu de novo, aquietou-se.

Estando com os revólveres
Agora descarregados,
Viu que os oito bandidos
Estavam sendo atacados
Por um sargento e um cabo,
Um paisano e seis soldados.

Ai, criou alma nova,
Ficou quieto na trincheira.
Um cabra vinha correndo,
Ele deu-lhe uma rasteira -
Quando o bandido caiu,
Foi engolindo peixeira.
- 29 -
Porém, naquele momento,
O sargento João Calisto
Já tinha prendido todos
Os cabras que tinha visto -
Somente o velho correu
Para o lado de Evaristo.

O velho pensou que tinha
Feito o sargento de bobo.
Saiu correndo de banda,
Igual a quem faz um roubo -
Foi cair de corpo aberto
Dentro da boca do lobo!

Para o coronel parar,
Evaristo deu-lhe um murro -
O velho, como quem tinha
Levado um coice de burro,
Com o pescoço partido,
Caiu sem dar um sussurro.

Seis bandidos na cadeia
E dezesseis sepultados:
Evaristo e Salvelina
Devidamente casados -
Com isso, todos ficaram
Felizes e sossegados!

-A sorte pintou o drama,
-Lentamente com um giz:
-Mesmo sendo barulhento,
-Evaristo foi feliz.
-Isso fez sem ter orgulho:
-Deixou de comprar barulho -
Assim seu destino quis!